Com a pandemia da Covid-19, as medidas de distanciamento social impulsionaram uma revolução no local de trabalho, forçando as organizações a migrarem para o trabalho remoto.

Grande parte das empresas está se ajustando e se desenvolvendo para oferecer meios mais flexíveis de trabalho para seus colaboradores, dado o sucesso que esse método de trabalho obteve. Com todas as suas dificuldades, o trabalho híbrido provou ser popular entre empregadores e colaboradores.

Uma pesquisa recente do Guardian descobriu que cerca de 62% dos executivos seniores e 58% dos trabalhadores iniciantes preferiam a alternância entre o trabalho no escritório e o trabalho em casa. Esse método pode também ter o potencial de melhorar o desempenho: um estudo publicado na Harvard Business Review mostrou que o trabalho remoto, em certos casos, gerou um aumento médio de 13,5% na produtividade.

Mas, para aqueles que agora supervisionam suas equipes à distância, isso apresenta vários desafios, desde comunicação e inclusão, até integração e treinamento remotos. Como o trabalho híbrido veio para ficar, é imperativo que esses adotem uma abordagem comunicativa e inclusiva de liderança que garanta a produtividade e o moral de todos os funcionários.

Aqui estão algumas dicas essenciais para que o gerenciamento do time seja um sucesso, mesmo à distância:

1) Comunicação é essencial

Muitos dos desafios apresentados pela liderança remota podem ser superados por uma comunicação clara entre o gerente e sua equipe.

Está provado que essa comunicação é mais ágil com o trabalho híbrido. As pessoas se comunicam menos quando trabalham remotamente; mas se comunicam melhor.

Com os colaboradores em casa, as organizações podem adaptar suas medidas de desempenho para incorporarem um foco maior nos resultados. Isso pode ser positivo quando realizado de forma correta, mas cabe aos gestores garantirem que suas equipes estejam cientes das prioridades e expectativas. Em última análise, isso facilitará um estilo mais eficiente e eficaz de comunicação no local de trabalho.

2) Empatia e inclusão

A Covid-19 trouxe enormes mudanças e, muitas vezes, ansiedades e inseguranças. Nesse contexto, é crucial que os gerentes liderem suas equipes tendo em mente as circunstâncias e necessidades individuais. Empatia é agora uma das principais habilidades que as empresas procuram nas contratações de liderança, e inclusão é a empatia quando colocada em ação. Um líder inclusivo tem o cuidado de não presumir que a produtividade dos colaboradores que estão em casa superará a dos trabalhadores que vão ao escritório, ou de excluir os aqueles que trabalham remotamente da tomada de decisões.

Detectar sinais de esgotamento nos colaboradores em home office também pode ser mais difícil, mas é mais essencial do que nunca, pois a fronteira entre trabalho e casa se torna cada vez mais tênue. Se um colega funcionário geralmente falante parecer quieto ou um membro da equipe normalmente alegre, sombrio, pode ser um sinal de que sua saúde mental está prejudicada. Essa questão complicada ressalta a necessidade de diversão no local de trabalho. Considere maneiras de trazer o lado social do trabalho no escritório para o trabalho em casa.

Heloisa Villibor, Associate Partner da Page Executive, ainda complementa:

“Dado que gerir à distância pressupõe confiança (naquele que eu delego, reporto ou peço ajuda) e empatia (para entender que, além da agenda profissional, há a pessoal), a contratação de executivos também foi transformada pelas novas demandas de gerenciamento que o sistema híbrido pede, pois tratam-se de características complexas de serem desenvolvidas. Portanto, recrutar executivos que já as tenham, em alto grau de maturidade, é indicativo de sucesso no modelo de gestão híbrido, independente da cultura e/ou requisitos técnicos.”

3) Repense a integração

A integração de talentos de sucesso é uma grande prioridade para qualquer organização. Mas pode ser difícil trazer a mesma experiência em condições de trabalho híbridas, tanto para gerentes quanto para iniciantes. As discussões informais e a imersão que normalmente ajudam os novos funcionários a se adaptarem acabaram, assim como os dias de treinamento em sala de aula que os ajudam a melhorar suas habilidades. A integração remota pode, no entanto, ser muito bem-sucedida com a abordagem certa.

Um bom processo de integração começa antes do primeiro dia. O envio de informações importantes sobre a empresa pode familiarizar os novos integrantes da equipe com seus valores, missão e estrutura. Também é útil atribuir a eles um "amigo", alguém ao lado de seu gerente de linha para responder a perguntas e explicar processos desconhecidos. Também aqui, uma abordagem empática é essencial. Nunca presuma, por exemplo, que o iniciante terá acesso à sua própria tecnologia; ao entregar o equipamento, certifique-se de que seja feito em tempo hábil. Mantenha contato regular e peça feedback para personalizar o processo e criar uma experiência acolhedora.

Embora a integração com a equipe seja essencial, Heloisa comenta:

“Vivemos a cultura do excesso de reuniões virtuais, como comunicado diariamente pelos executivos que entrevisto; inclusive, um dos gatilhos do esgotamento emocional. Aprendemos que o que fazia sentido no começo da pandemia - encontros virtuais para descompressão, como almoço e/ou Happy Hour -, passou a ser visto como mais uma reunião, o que pode gerar ansiedade e desmotivação.”

4) Conheça as fortalezas e pontos de fragilidade do seu time

Tendo tais pontos fortes e fracos em mente, você pode assegurar-se de que seus companheiros de equipe ocupam posições que não só fazem sentido para a organização, como também conversam com as aspirações individuais e habilidades que esses profissionais têm. Para isto, é importante que o gestor mantenha o canal de comunicação com os subordinados para, além de discutir assuntos pertinentes aos resultados, acolha as demandas individuais, endereçando-as num prazo que não necessariamente condiz com o ciclo formal de avaliação.

Heloisa ainda reitera:

“Mais que elementos técnicos, características como confiança, empatia, adaptabilidade e colaboração são fundamentais para que o modelo de trabalho híbrido continue a funcionar, o que pode catalisar a agenda atração e retenção executiva dado que cresceu o número de profissionais sêniores que comunicam abertamente, durante o processo de seleção, seu interesse por empresas que permitam esta modalidade de trabalho e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.”

Gerenciar uma equipe remota pode ser desafiador, mas um gerente que prioriza a comunicação, a inclusão e a empatia acaba por impulsionar a produtividade e o moral de sua equipe.

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